quinta-feira, 19 de abril de 2012

APOIO FRATERNAL


Não digas que esta ou aquela criatura não necessita de compaixão.

Não nos referimos à piedade negativa que, em se manifestando, deixa os infelizes mais infelizes. Reportamo-nos à compreensão que nos habilita a entender as necessidades da pessoa humana e a prestar-lhe o auxílio direto ou indireto que se nos faça possível, objetivando-se-lhe a sustentação do equilíbrio no grupo social que lhe seja próprio.

Encontrarás, talvez, um homem forte, em plenitude de robustez física e, provavelmente, acreditarás que ele não requisite qualquer forma de amparo. Entretanto, esse amigo, supostamente privilegiado pela natureza, pede simpatia que o mantenha na direção do bem.

A mulher ricamente adornada que supões venturosa, muitas vezes, transporta consigo pesadas desilusões, a rogar-te auxílio a fim de conseguir suportar a carga de sofrimentos a que se vincula.

Quem administra espera a cooperação de quantos lhe

partilhem a tarefa para que essa tarefa se derrame em amparo generalizado, em favor de todas as criaturas para as quais é dirigida.

Quem obedece solicita o concurso possível dos outros para que as sugestões da indisciplina não lhe conturbem a vida.

Os bons exigem apoio das ideias e palavras edificantes para que não se desviem da rota que o mundo lhes assinala e os maus reclamam proteção específica, a fim de que se contenham e aprendam a se desvencilhar de qualquer conotação com as forças da crueldade.

Conciliemo-nos, buscando comunicar-nos através do lado melhor que possamos apresentar em esforço recíproco, para que a parte ainda rústica de que sejamos portadores, seja burilada menos dificilmente pelos instrumentos da vida.

Concluamos, assim, que seja qual seja o caminho em que estivermos, quantos nos cruzem os passos necessitam de paz e compreensão. E, dentro do assunto, observemos que, em nos referindo a semelhantes recursos, todos nós, em qualquer
posição, precisamos e precisaremos deles também.

(De “Confia e segue”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

(texto recebido de Cristiano de Almeida)





sexta-feira, 13 de abril de 2012

O maior desafio


Cada um de nós tem desafios diferentes. A vida é feita de desafios diários.
Para quem não dispõe de movimentos nas pernas, transportar-se da cama para a cadeira de rodas, a cada manhã, é um desafio.
Para quem sofreu um acidente e está reaprendendo a andar, o desafio está em apoiar-se nas barras, na sala de reabilitação, e tentar mover um pé, depois o outro.
Para quem perdeu a visão, o grande desafio é adaptar-se à nova realidade, aprendendo a ouvir, a tatear, a movimentar-se entre os obstáculos sem esbarrar. É aprender um novo alfabeto, é ler com os dedos, é adquirir nova independência de movimentos e ação.
Para o analfabeto adulto, o maior desafio é dominar aqueles sinais que significam letras, que colocados uns ao lado dos outros formam palavras, que formam frases.
É conseguir tomar o lápis e escrever o próprio nome, em letras de forma. É conseguir ler o letreiro do ônibus, identificando aquele que deverá utilizar para chegar ao seu lar.
Cada qual, dentro de sua realidade, de sua vivência, apontará o que lhe constitui o maior desafio: dominar a técnica da pintura, da escultura, da música, da dança.
Ser um ás no esporte. Ser o primeiro da classe. Passar no vestibular. Ser aprovado no concurso que lhe garantirá um emprego. Ser aceito pela sociedade. Ser amado.
Para vencer um desafio é preciso ter disciplina, ser persistente, ser diplomático, saber perdoar-se e perdoar aos outros.
É ser otimista quando os demais estão pessimistas. Ser realista quando os demais estão com os pensamentos na lua. É saber sonhar e ir em frente.
É persistir, mesmo quando ninguém consiga nos imaginar como um prêmio Nobel de Química, um pai de família, um professor, prefeito ou programador.
Acima de tudo, o maior desafio para deficientes, negros e brancos, japoneses e americanos, brasileiros e argentinos, para todo ser humano, é fazer.

Fazer o que promete. Dar o primeiro passo, o segundo e o terceiro. Ir em frente.
Com que frequência se escutam pessoas dizendo que vão fazer regime, que vão estudar mais, que vão fazer exercício todo dia, que vão ler mais, que vão assistir menos televisão, que vão...
Falar, reclamar ou criticar são os passatempos mais populares do mundo, perdendo só, talvez, para o passatempo de culpar os outros pelo que lhe acontece.
Então, o maior desafio é fazer. E não adianta você dizer que não deu certo o que pretendia porque é cego, ou porque é negro, ou porque é amarelo, ou porque você é brasileiro. Ou porque mora numa casa amarela. Ou porque não teve tempo.
Aprenda com seus erros. Quando algo não der certo, você pode tentar de maneira diferente. Agora você já sabe que daquele jeito não dá.
Você pode treinar mais. Você pode conseguir ajuda, pode estudar mais, pode se inspirar com sábios amigos. Ou com amigos dos seus amigos.
Pode tentar novas idéias. Pode dividir seu objetivo em várias etapas e tentar uma de cada vez, em vez de tentar tudo de uma vez só.
Você pode fazer o que quiser. Só não pode é sentir pena de si mesmo. Você não pode desistir de seus sonhos.
Problemas são desafios. Dificuldades são testes de promoção espiritual.
Insucesso é ocorrência perfeitamente natural, que acontece a toda e qualquer criatura.
Indispensável manter o bom ânimo em qualquer lugar e posição.
O pior que pode acontecer a alguém é se entregar ao desânimo, apagando a chama íntima da fé e caminhar em plena escuridão.
Assim, confia em Deus, e, com coragem, prossegue de espírito tranquilo.
Redação do Momento Espírita, a partir de carta assinada por Fernando Botelho e endereçada a um cego, de nome Juliano, residente em Curitiba, e do cap. 9 da obra Convites da vida, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis.






segunda-feira, 9 de abril de 2012

PROVAÇÕES DOS ENTES QUERIDOS





Não temos pela frente tão-só as nossas dificuldades, mas igualmente as dificuldades das pessoas queridas, pela quais, muitas vezes, sofremos muito mais que por nós próprios.
Forçoso, porém, anotar que, em nos interessando pelo apoio aos entes queridos, nunca estamos a sós, porquanto Deus, que no-los emprestou ao convívio, permanece velando sem olvidá-los.
Nos dias de cinza e sombra da provação, doemos aos entes amados o melhor de nossa ternura, mas evitemos insuflar-lhes pessimismo ou desconfiança, ansiedade ou inquietação.
Se nos pedem conselhos, não descambemos para sugestões pessoais, e sim, ajudemo-los a buscar a Inspiração Divina, através da prece, porque Deus lhes conhece as necessidades e lhes traçará seguro roteiro ao comportamento.
Se doentes, mais que justo lhes ministremos assistência e carinho; todavia, empenhemo-nos em guiar-lhes o pensamento para o otimismo, convencidos de que Deus lhes resguarda a existência em cada batimento do coração.
Se empreendem mudanças em seu próprio caminho, abstenhamo-nos de interferir nas decisões que assumam, e sim, em vez disso, diligenciemos abençoar-lhes os planos de renovação e melhoria, compreendendo que a Divina Providência vigia sobre nós, orientando-nos os passos.
Se resvalam em duras provas, trabalhemos por aliviá-los e libertá-los, que isso é dever nosso, mas sem tortura-los com a nossa inconformidade e aflição, na certeza de que Deus não está ausente do quinhão de lutas regenerativas ou edificantes que nos cabem a todos, em certas faixas de tempo.

Auxiliemos nossos entes queridos a serem autênticos, como são e como devem ser perante a vida.
Indiscutivelmente, tanto quanto irrompem problemas em nossa estrada, inúmeros outros problemas aparecem no campo de ação daqueles que mais amamos; no entanto, a fim de ampará-los com eficiência e segurança, atuemos em favor deles, em bases de equilíbrio e de amor, reconhecendo que não estamos sozinhos na empresa socorrista, de vez que, muito antes de nós, Deus estava e continua a estar no caso de cada um.
(De “Alma e Coração”. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)
(texto recebido de Cristiano de Almeida)



terça-feira, 3 de abril de 2012

Felicidade.




Clarindo era um menino para quem as dificuldades da vida chegaram cedo. Desde tenra idade viu-se, por contingências alheias à sua vontade, obrigado a lutar pela própria sobrevivência.

Morava numa pequena casa nos arrabaldes da cidade que, embora humilde, era um verdadeiro lar, pois ali existia o amor e a paz.

Quando seu pai desencarnou, vitimado por um acidente de trabalho, tudo mudou na vida de Clarindo.

Não contando mais com a presença e o amparo do pai, que trazia sempre o necessário para o sustento da família, a situação tornou-se muito difícil. Sua mãe foi obrigada a deixar o lar para trabalhar numa casa rica, e ele, Clarindo, também resolveu trabalhar de engraxate para ajudar nas despesas.

Como não tivessem com que pagar o aluguel da pequena casa, eles foram obrigados a mudar para uma favela, onde a generosidade de alguém lhes conseguiu um barraco.

Ao chegar na favela, o ambiente diferente e hostil causou infinita tristeza e angústia à pobre mulher que, intimamente, entrou a conversar com Deus:

“Oh! Senhor, o que será de meu filho? Obrigado a crescer neste ambiente, a conviver com criaturas de baixo nível moral, poderá vir a se tornar um delinqüente! Ajuda-me! Sinto-me tão sozinha desde que meu querido esposo morreu! Mas, confio no Senhor e sei que não me deixarás ao desamparo”.

Naquela noite, já instalados na favela, a mãe adormeceu chorando escondida para que o filho não percebesse suas lágrimas de tristeza e dor.

No dia seguinte, logo que os primeiros raios de sol invadiram o pequeno e miserável barraco pelas frestas da parede, a mãe levantou-se para preparar o café da manhã. Leite não tinha. Nem café. Só um pouco de chá e um pedaço de pão duro.

Clarindo acordou bem disposto. Percebeu pelo rosto da mãe, inchado de tanto chorar, que ela estava sofrendo bastante.

Satisfeito e sorridente o menino contou:

— Mãe, eu tive um lindo sonho esta noite.

Procurando demonstrar interesse, ela pediu:

— Conte-me, meu filho. Que lindo sonho foi esse?

— Sonhei que estava num lugar muito bonito, todo cheio de flores luminosas, quando vi meu pai que se aproximava. Abraçou-me com carinho e disse-me que tivesse confiança em Deus.

“Sabe, meu filho — disse ele —, nada acontece por acaso. Numa outra existência você e sua mãe, por ambição, prejudicaram muito um seu irmão. Vocês roubaram tudo o que ele tinha e o deixaram na rua da amargura. Sem um lar, maltrapilho, seu irmão vagou por longo tempo vivendo da piedade alheia, até que ficou doente e morreu. É por isso que agora estão passando por tantas dificuldades. Confiem em Deus e suportem as privações com resignação, pois será a libertação de vocês. O Senhor é muito bom e não deixará de assisti-los”.

Surpresa e muito comovida, a mãe de Clarindo deixou que as lágrimas corressem pelo seu rosto. E o garoto, também com os olhos úmidos da emoção que ainda sentia, continuou:

— Engraçado, mãe, é que, enquanto meu pai falava, eu via as cenas que ele descrevia como se fosse um filme. E sabe o que mais? Eu senti que meu pai era aquele irmão que nós prejudicamos! Será que é verdade?

A mãe olhou o filho com carinho e, comovida, falou:

— Meu filho, esta é a resposta de Deus às minhas preces. Atendeu às minhas íntimas indagações através do sonho de uma criança. Sim, Clarindo. Acredito que tudo isso seja verdade. Devemos ter prejudicado muito alguém para que estejamos agora passando por essa provação.

Limpando as lágrimas, fitou o filho com determinação e coragem, e disse-lhe resoluta:

— Vamos vencer, meu filho. Tenhamos bom-ânimo, coragem e muita fé em Deus que é pai e, tenho certeza, não nos deixará ao desamparo.

Clarindo sorriu feliz ao perceber que sua mãe estava mais contente e conformada.

Nesse instante alguém bate à porta. Clarindo vai atender e se depara com uma mulher pobremente vestida, mas com largo sorriso no rosto simpático. Disse a visitante:

— Olá! Sou Cecília, sua vizinha aqui do lado. Como vocês se mudaram ontem e não tiveram tempo de ajeitar as coisas, trouxe-lhes um pão quentinho que acabou de sair do forno, e uma garrafa com café.

Antes que a mãe de Clarindo tivesse tempo de agradecer a bondade da vizinha, eles viram chegar uma menina franzina, de dez anos mais ou menos, que lhe estendeu uma pequena lata com linda flor plantada:

— Tome, é para a senhora. Fui eu que plantei.

Logo em seguida, surgiu na porta o rosto moreno de um homem que lhe perguntou, sorridente:

— A senhora gosta de chuchu? Trouxe-lhe alguns que colhi agora mesmo no meu quintal.

Sentindo um nó na garganta, e sob forte emoção, a mãe de Clarindo abraçou os estranhos que lhe invadiam a casa como um raio de sol, enquanto pensava que tinha julgado mal as pessoas da favela, e compreendeu que todos os lugares e todas as pessoas são de Deus. Que, em qualquer situação a que formos chamados a viver, encontramos pessoas boas e podemos crescer e evoluir.

E, agradecendo ao Alto as bênçãos do momento, exclamou, sorridente:

— Obrigada. Sejam bem-vindos! Foi Jesus que os enviou!

(Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita - Autora: Célia Xavier Camargo.

domingo, 1 de abril de 2012

ANJO GUARDIÃO.



"Anjo de Luz, guardião da minha vida. A ti fui confiado pela santa misericórdia de Deus.


Ilumina a minha alma, guarda-me dos males, orienta a minha inspiração, fortalece a minha sintonia

com Deus e torna-me forte diante dos percalços. Lembra-me todos os dias de não julgar nem ferir.

Tinge a minha mente de amor e harmonia, para que eu possa tornar o mundo melhor,

agora e para todo o sempre. Amém."

sábado, 31 de março de 2012

Reparação.



Na Terra, muitas vezes, aguardamos a passagem da desencarnação para o ingresso ao paraíso, esquecendo na vizinhança a oportunidade de construir o Céu pela implantação da verdadeira fraternidade.
*
Em muitas ocasiões, suspiramos pela presença dos anjos recusando os mais ínfimos exercícios de compaixão e bondade, a benefício de outrem.
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Habitualmente, rogamos o amparo divino, sem ceder um milímetro de nosso conforto humano e, quase sempre, reclamamos a bênção dos instrutores espirituais cerrando a porta de nossas almas aos que nos suplicam entendimento e perdão.
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É imprescindível, porém, recordar que ninguém precisa morrer na carne para ressurgir na atitude.
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O sol renascente, cada manhã, ensina-nos, em silêncio, que a vida começa todos os dias e que em todos os dias é possível refazer o destino pela reparação voluntária de nossos próprios erros.
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Aprendamos a fazer luz no íntimo de nós mesmos, através do estudo nobre e a corrigir nossos males pelo serviço do bem constante.
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Saibamos edificar, segundo o amor claro e simples, e perceberemos, em cada instante, o nosso ensejo de cooperar em favor dos outros.
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Dispõe a semelhante mister e não encontrarás no campo em que jornadeias senão companheiros de esperança e de luta, mendigando-te o coração.
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Enxameiam aqui e ali, aflitos e desditosos, ainda mesmo quando se te afigurem dominados de orgulho ou envilecidos na vaidade.
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Não lhe agraves a dor estendendo as sombras que lhes obscurecem as horas.
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Foge à reprovação que aniquila, evita o sarcasmo que envenena, esquece a exigência que desfigura e abstém-te da acusação que vergasta...
*
Lembra-te de que a todos nós cabe o dever do auxílio para que sejamos auxiliados.
*
E, reparando, incessantemente, o mal que outrem provoque, estarás restaurando o próprio caminho que, limpo e renovado, deixará passar, em teu socorro, a luz do bem eterno, de que ninguém prescinde na ascensão para Deus.

(Livro: Confia e segue. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)
(texto recebido de Cristiano de Almeida)




quinta-feira, 29 de março de 2012

Medicação Espiritual.



Tristeza e desânimo?


Trabalhe reconfortando aqueles que experimentam provações maiores do que as nossas.

Desafios e problemas?

Trabalhe e espere.

Indiferença ou desprezo de alguém.

Trabalhe e olvide.

Ódio sobre os seus dias?

Trabalhe estendendo o bem.

Desarmonia e discórdia?

Trabalhe pacificando.

Incompreensão e ignorância?

Trabalhe e abençoe.

Reprovação e crítica?

Trabalhe melhorando as suas tarefas.

Contratempos e desilusões?

Trabalhe e renove-se.

Tentações e quedas?

Trabalhe e afaste-se.

Crueldade e violência?

Trabalhe e desculpe.

Em todos os obstáculos da existência, procure agir e servir, ore e perdoe sempre.

Conserve a certeza de que a base de toda e qualquer medicação espiritual para saúde e reequilíbrio será sempre: trabalhar.

(De “Endereços da Paz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz)

(Texto recebido de Cristiano de Almeida)